Descrição
No dia 22 de Novembro de 2017, eu, Carmim Oxorô fui agredidx pela segurança da UFPA que estava de serviço na Bibliota Central da Instituição sob a acusação de roubo de livros.
Eu havia entrado rapidamente na mesma sem acessar as áreas dos livros - atrasado que estava para o acontecimento no Bloco K do profissional onde aconteceria um debate/encontro para discutirmos as questões de violência configurada como racismo e misoginia - olhei o horário: mais de 14:30 e me apressei a sair imediatamente, duas pessoas brancas seguiam na minha frente e passaram pelo detector magnético que soo, eu estava saindo neste momento, o segurança ignorou as outras pessoas brancas e me abordou no hall de entrada truculentamente já lançando mão em minha bolsa e puxando e dizendo: Devolve o Livro! (a saber, me criminalizando e punindo) eu disse que não tinha nada comigo e que não seria arrastadx para dentro sob violência e violação da minha integridade física o que configurava, agora sim, CRIME!!! e que ele responderia judicialmente por isso, ele persistiu, me empurrou com ódio e forçou mais meu corpo me agarrando pelo braço e puxando com a outra mão minha bolsa, resisti e dei sinal de alerta a todas, todos e todes que estavam no local para intervirem, ele estava me machucando, me ferindo, com ódio por eu ser byxa rebarbada preta e que não cederia a humilhação e ao tratamento como LIXO que me era dado. Arrancou minha bolsa, meu braço ficou e está marcado a coordenação da biblioteca não me prestou socorro, antes endossou a ação da segurança. Ainda, um dos seguranças, quando eu disse que eu era Byxa Preta me disse que essa era a minha CRUZ! e que chamariam a PM, terrorismo psicológico, que minha resistência de não ser feridx mais e mais configurava desacato e que acatar era ceder e servir as ordens dos patriarcas fardados que negam e negaram meu direito a existir naquele espaço.
Resisti - trancei meus braços machucados e doendo na máquina magnética de detectar "vagabundx", já que ninguém me ouviu, ninguém reagia para impedir a violência, expus mais meu corpo na frente dos alunxs, funcionárixs, seguranças e protestei bloqueando a passagem de quem quer que fosse pelo sensor: Haveriam de me ouvir ou me atropelar! Chegaram outros seguranças, um deles, mais escroto, mais vil, mais baixo que encostando a mão no meu corpo que se expunha em protesto disse que eu parasse de onda e que se: NÃO SAIR POR BEM... VOCÊ ESCOLHE! amplifiquei imediatamente a ameaça em voz baixa dita próximo a minha orelha para todxs testemunharem e impedir o desdobramento da tortura psicológica que é parte intrínseca do treinamento contra o "inimigo" interno, o povo preto, a Byxa Preta Rebarbada. Não arredei. O agressor na minha frente o tempo todo durante uma hora ou mais. Os fascistas ao meio das pessoas murmuravam que se eles suspeitavam de mim era porque devia. Foi quando a segurança, com aval da coordenação da biblioteca, teve a ideia sublime de passar as bolsas e materiais das pessoas por entre meus braços e pernas, forçando-as, a violência é uma continuidade. Não Arredei sem haver intervenção de assistência jurídica de Darlah Farias e das pessoas que combatem o racismo e transfobia cotidianamente dentro e/ou fora dos portões da universidade.
Os agressores ocultaram suas identificações e corporativistas se protegeram entre si quando pressionados a se identificarem - evadiram todos numa viatura oficial - mais tarde no posto da guarda próximo a prefeitura do campus, com a foto do agressor em mãos, os oficiais se recusaram a identificar o "colega".
Credibilidade: |
 |
 |
0 |
|
Deixar um comentário